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Superman empolga no visual, mas tropeça na trama "caldo de bila"


Assisti Superman, do James Gunn, numa cabine de imprensa, e fui com muita expectativa. Queria sair da sala empolgado, sentindo que o Superman estava de volta com força total. E olha... o filme não é ruim, tem muita coisa legal. Mas, no geral, ele começa bem e depois se dispersa no segundo ato. No final, tenta recuperar o que perdeu pelo caminho — mas não consegue totalmente.

O começo do filme é ótimo. O Clark Kent está bem retratado, o David Corenswet manda muito bem como Superman, fazendo uma boa dualidade entre Clark e o herói. A Lois Lane da Rachel Brosnahan é carismática, inteligente e tem boa química com o protagonista. A vibe é leve, colorida, com cara de quadrinho clássico — e isso funciona. Posso dizer que o início é o momento em que o filme mais puxa da capacidade dos atores, sendo possível perceber o nível de atuação de ambos. O ponto alto é a cena da entrevista — que já havia sido mostrada nos trailers — e continua sendo impactante na versão final.

Mas é no segundo ato que o filme começa a se perder. Parece que quiseram contar histórias demais de uma vez só. A gente para de acompanhar o Superman de perto, e ele vira apenas mais um personagem no meio de tantos. A trama perde foco, profundidade e emoção. A sensação é de que estamos vendo um segundo filme de um primeiro que nunca existiu. Isso porque Gunn tenta, ao mesmo tempo, apresentar o Superman e já jogar a gente num universo onde tudo está em andamento, tudo já aconteceu.


O "Ultraman" do filme é mais robô do que vilão de verdade. Quem conhece os quadrinhos sabe que essa versão não tem nada a ver com o original. Nos gibis, Ultraman é uma versão maligna do Superman, de um universo paralelo, com personalidade própria, motivações.

No filme, o personagem é uma mistura de Metallo com Bizarro, com o visual e comportamento parecidos com o Black Noir, de The Boys. Ele é um clone do Superman, criado em laboratório, totalmente controlado pelo Lex Luthor. Não fala, não sente, não reage, apenas segue ordens. Ele é os músculos que o Luthor não tem. Como o Metallo, ele é uma arma viva. Como o Bizarro, ele é um clone com limitações. Mas, diferente de ambos, é completamente vazio por dentro.

Funciona como ameaça física? Sim. Mas como vilão com impacto narrativo? Não. Ele é basicamente uma extensão do Lex, e sua vantagem é justamente o intelecto do cabeça de rollon, que estudou todos os movimentos do azulão.

O Lex Luthor do filme, interpretado por Nicholas Hoult, é cheio de rancor e com uma presença marcante. Ele manipula tudo e todos, é rico, inteligente e influente, capaz de construir um universo compacto baseado em uma singularidade, que serve tanto de prisão quanto de teletransporte. Tem um ar frio, calculista e muito poder. O Hoult entrega o que precisa, ele é bom, mas ainda não é o melhor Lex… ainda.



Alguns coadjuvantes brilham, outros são esquecíveis. O maior destaque foi o Mr. Terrific (Terry Sloane). Teve mais tempo de tela do que eu esperava, e até mais destaque que o Guy Gardner, vivido por Nathan Fillion, que claramente estava se divertindo no papel. Mr. Terrific tem boa interação com o Superman, carisma e personalidade. Merece voltar em próximos filmes. Jimmy Olsen também estava muito bem e teve uma participação essencial para a trama.

Guy Gardner é divertido e me surpreendeu positivamente, mas não tem tanta profundidade. A Mulher-Gavião (Gandhi Type-X) aparece pouco, solta umas falas e piadas, mas sinceramente? Não faz falta na trama. Parece ter sido colocada só pra preencher.



Como é de costume nos filmes do Gunn, tem piada o tempo todo. E sim, algumas funcionam. Dão leveza e ajudam o ritmo. Mas quando se repete demais, perde a graça. O Krypto é engraçado no começo, mas à medida que o filme repete as situações, fica cansativo. Foi legal? Foi. Mas já deu.

Um dos pontos que mais me tirou do filme foi a falta de lógica em cenas importantes. Um exemplo é aquela cena do Superman salvando a menina perto do Kaiju, que aparece no trailer. No trailer parece épica. No filme, é burra. A menina anda como se nada estivesse acontecendo, com um monstro gigante do lado. Todo mundo filmando, ninguém corre. Visual bonito, mas sem o mínimo de realismo.

Em contraste, tem uma cena excelente: o Lex usando o DNA do clone pra ativar a Fortaleza da Solidão. A cena não explica tudo, mas respeita a inteligência do público. Uma boa mostra de como o filme poderia ter sido se tivesse mantido esse padrão.

Inclusive, a Fortaleza da Solidão está entre os destaques visuais do filme. Sua estrutura é imponente, com arquitetura alienígena cheia de detalhes metálicos, luzes suaves e uma atmosfera quase mística. É um dos lugares mais bonitos já retratados dentro do universo Superman. Uma mistura de tecnologia avançada com uma estética que homenageia as origens kryptonianas do herói — digna de estar no topo das melhores representações do local.

Se tem uma coisa que o filme acerta em cheio, é o visual. É lindo de encher os olhos. Cores vibrantes, cenários estilosos, figurinos caprichados. Tem cara de gibi clássico mesmo. Um estilo retrô e futurista ao mesmo tempo, parecido com o que a gente vai ver no novo Quarteto Fantástico. Lembra muito os filmes do Richard Donner, mas com uma pegada moderna. Mesmo quem não curtir o roteiro, vai sair reconhecendo que o filme é um espetáculo visual. É o tipo de universo que abraça o estilo dos quadrinhos sem medo — e isso, pra quem é fã, é um presente.



  1. Pausa para o momento polêmico!
Vamos falar de Jor-El e Lara, os pais biológicos do nosso Kryptoniano. O filme apresenta uma abordagem...diferente. Eles aparecem em momentos pontuais, mas com uma carga dramática e moral que levanta questões mais profundas. Jor-El, em especial, parece carregar segredos sobre o passado de Krypton que não foram totalmente revelados. Sabemos que os Kryptonianos são basicamente como os Saiyajins, que colonizam e vendem planetas, mas Jor-El sempre foi diferente disso. Ele sempre foi mostrado como um estandarte da moralidade e esperança, algo que sempre inspirou seu filho, mas isso é questionado de uma maneira nunca vista antes. Não sei como será abordado isso nos próximos filmes, mas o que foi mostrado aqui, vai deixar muita gente de nariz torto.

No fim das contas, o James Gunn quis fazer tudo ao mesmo tempo. Criar um novo Superman, apresentar um universo inteiro, trazer referências, fazer humor e drama... Mas acabou se atropelando. O Superman deveria ser o coração do filme no segundo ato, e aqui ele vira quase coadjuvante. Mas sim, todo o cerne do símbolo da esperança está lá.

Queria muito ter gostado mais. Ainda acho que esse DCU tem espaço pra crescer. O filme tem coisas boas, tem um elenco legal, visual incrível... mas a trama é rasa e sem impacto duradouro. Sai da cabine de imprensa com a sensação de que vi algo promissor, bonito, mas com a consistência de um caldo de bila. Me lembrou a sensação que tive com Animais Fantásticos, com uma obra linda, bem trabalhada, cheia de referências e fidelidade ao material ortiginal mas com uma história que não acompanha o mesmo ritmo visual.

Quem queria gostar, vai gostar. Mas James Gunn deu muito pano pra manga, deixou espaço pra que peguem em sua munheca, especialmente os fãs mais fervorosos da era Snyder.
Ainda assim, tem muita coisa boa que pode render no futuro. O universo que o Gunn criou abraça os quadrinhos sem medo de ser feliz, mas o filme em si peca na consistência.

Vai agradar aos fãs mais fiéis dos quadrinhos, mas não sei como será para o grande público. Pode acabar sendo só mais uma tentativa bonita… ou não.

Ah… a ausência de "Starman", do David Bowie, é simplesmente imperdoável. Vacilou, James Gunn! Logo ele — o cara que colocou Mr. Blue Sky em Guardiões da Galáxia Vol. 2… IMPERDOÁVEL! Rsrsrs
Marcio Oliveira 3

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