
Ontem assisti “A Longa Marcha: Caminhe ou Morra”, filme baseado numa obra de Stephen King. Cara, geralmente as histórias do King têm algo sobrenatural, mas as que não têm carregam uma profundidade emocional que torna impossível não se envolver com os personagens e suas trajetórias.
Em A Longa Marcha, acompanhamos a história de jovens como Raymond Garraty (Cooper Hoffman), Peter McVries (David Jonsson) e Stebbins (Garrett Wareing). A trama se passa numa versão distópica e autoritária dos Estados Unidos, ambientada nos anos 1970, onde cem garotos adolescentes participam de uma competição anual de resistência televisionada conhecida como “A Longa Marcha”. O propósito é simples e brutal: caminhar sem parar.
As regras são rígidas. Os participantes precisam manter uma velocidade mínima de 5 km/h. Se ficarem abaixo disso por muito tempo, recebem um aviso. Ao acumular três avisos, são “eliminados”, executados com um tiro por soldados que supervisionam o evento. O último caminhante que sobreviver ganha o “Prêmio”, qualquer coisa que desejar pelo resto da vida.

Enquanto a história avança, conhecemos cada personagem, suas motivações e personalidades. Não tem como não se identificar com algum deles. Cada um que fica pra trás é como um pedaço nosso indo junto. Esse foi o meu sentimento. É difícil até de escrever, porque o que o filme transmite é algo muito profundo. A maneira como são mostradas as motivações, as histórias e as perdas é tão humana, tão real, que cada queda, cada desistência, parece também nossa.
Assim como em outras histórias do King, tipo Conta Comigo e Um Sonho de Liberdade, existe essa proximidade, essa sutileza, esse cuidado com os sentimentos e o companheirismo. Eles vão formando uma amizade que transborda da tela. A sensação é que eu também estava ali, caminhando com eles, me tornando amigo deles. Eu realmente me importava com cada um daqueles personagens.

Não vou dar spoiler, claro, mas a sinopse já entrega que, no fim, só um chega até o final. E é aí que o filme mostra sua força. O mais importante não é o começo nem o fim, é a jornada. É o caminho, as conexões e o que se perde ao longo dele que pegam a gente de jeito.
Sinceramente, é um dos melhores filmes que assisti este ano. Ele faz exatamente o que o cinema deve fazer: te envolver, te fazer sentir e te fazer se importar.
Cinema é sensação, e cada pessoa vive a experiência de um jeito. Tecnicamente, eu poderia falar da iluminação, da ambientação, dos efeitos práticos ou da fotografia, todos excelentes, mas o que mais me marcou foi a interpretação e o sentimento. O elenco consegue transmitir tudo com tanta verdade que a gente esquece que tá vendo um filme. Isso é o que eu chamo de imersão, e o nível de imersão desse filme é gigantesco.
Marcio Oliveira 5
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