Assisti no último sábado o tão esperado Kimetsu no Yaiba – Castelo Infinito, e vou logo dizer: o selo Absolute Cinema tá carimbado sem nem pensar duas vezes. O negócio é bruto.
A história começa logo depois dos acontecimentos na mansão dos Ubuyashiki, quando o Muzan Jackson quase foi pego pelos Hashiras. Mas o cramunhão não é besta, tinha uma carta na manga e puxou todo mundo pro Castelo Infinito, que é praticamente o fortim dos demônios mais cabulosos. É aí que a porrada começa de verdade e não tem espaço pra descanso.
O filme é uma sequência de perseguições e batalhas de tirar o fôlego. A gente acompanha confrontos pesadíssimos como a luta de Shinobu contra o Lua Superior Dois, Doma, uma parada carregada de emoção porque envolve o passado dela e da irmã. Tem também o duelo do Zenitsu contra Kaigaku, ex-companheiro que virou demônio. É pessoal, é rancor acumulado, é técnica nova… tudo de lascar.
Agora, o que realmente centraliza a história e deixa o coração da gente acelerado é a luta contra Akaza, o Lua Superior Três. Desde o arco do Trem Infinito que essa conta tava aberta, né? E aqui, meu amigo, a entrega é absurda. Tanjiro e Giyu entram no embalo e o negócio vira um espetáculo de técnica, emoção e visual. É aquele tipo de luta que a gente segura a respiração e pensa: “rapaz, isso aqui é anime ou cinema de alto orçamento?” E vou te dizer: conhecer o passado do Akaza me fez virar ainda mais fã dele do que eu já era. A forma como mostraram o lado humano e a dor dele trouxe uma nova camada de complexidade. Um vilão que já era icônico agora virou um dos personagens mais marcantes de todo o anime pra mim.

Kimetsu sempre teve uma das melhores animações que eu já vi na vida, mas nesse filme eles se superaram. A movimentação, os efeitos, a fotografia, tudo beira a perfeição. O Castelo Infinito em si é uma atração à parte. Cada plano panorâmico, cada corredor que parece não ter fim, cada detalhe minimalista de arquitetura e atmosfera cria uma sensação de imensidão que deixa o espectador pequeno diante da tela. É como se a gente tivesse dentro de uma obra de Denis Villeneuve: grandiosa, contemplativa e ao mesmo tempo sufocante. O design do castelo não é só cenário, é um personagem por si só, ditando o tom da jornada e potencializando a tensão das lutas. Visualmente, é um espetáculo que dá gosto de ver no cinema, porque transmite aquela ideia de “batalha épica em escala cósmica” que só alguns diretores conseguem passar em live-action, mas aqui foi feito em anime com uma maestria inacreditável.
Só achei que alguns flashbacks, principalmente os da Shinobu, ficaram longos demais, quebrando um pouco o ritmo. Já no caso do Akaza, eles souberam dosar direitinho, mostrando um pouco do passado dele sem deixar o pique da luta cair. Mesmo assim, foram quase 2h35 de filme e passou voando. Saí do cinema com aquela sensação de que vi um espetáculo, mas ainda mais ansioso pros próximos dois filmes que vão fechar a trilogia. Quero é ver as batalhas finais contra Kokushibo e claro, contra o chefão Muzan Jackson (Rusbé!).
Agora, sobre a classificação +18, vou dizer: achei exagero. A gente sabe que é por causa da violência, das decapitações e da brutalidade visceral. Até entendo o motivo, mas discordo. Kimetsu é um anime shounen, feito pro grande público, e mesmo com toda essa intensidade não chega a ser algo proibitivo. Se for por esse critério, Berserk seria banido do planeta.
Enfim, Kimetsu no Yaiba: Castelo Infinito é um show de técnica, emoção e pancadaria que faz jus à grandiosidade do anime. É daquelas experiências que a gente só tem de vez em quando no cinema e dessa vez eu digo sem medo: dei valor demais.
Marcio Oliveira  



 
 
 
 
 
 
 
0 Comentários