
Com tantos filmes hoje em dia sobre super-heróis, de repente faz sentido
que alguém saia com um filme de terror sobre um super anti-herói. "Brightburn"
faz a pergunta: O que aconteceria se o Superman fosse realmente uma força de
invasão alienígena de um homem só? Ou no caso de Brightburn um menino réi
magrelo... Heim?
Elizabeth
Banks e David Denman estrelam como Tori e Kyle Breyer, um casal sem filhos,
gente boa, também do Kansas como Jonathan e Mary Kent, que são surpreendidos
quando uma nave espacial carregando uma criança cai em seu quintal. Eles adotam o garoto, dão a ele o nome de
Brandon e o criam como se fosse seu. Mas Brandon não está interessado em
verdade, justiça ou no jeito americano como Clark Kent.
Brandon
começa a descobrir seus poderes com o início da puberdade, um tema explorado
com mais humor na primeira ou duas temporadas de “Smallville”. Ele não apenas
começa a discutir com seus pais e se interessar por garotas, como também se
torna mais rápido que uma bala e, infelizmente, e mais poderoso que uma
locomotiva. Ele de repente aparece e desaparece, acompanhado por um efeito alto
que soa como uma porta de carro velho fechando com força, as luzes piscam,
sempre com um zumbido de baixa frequência e a voz cavernosa e metálica de uma
linguagem extra-terrestre. Brandon até
usa uma máscara. Pra quê? Por que os
vilões de terror sempre usam máscaras? E
neste caso, não mantém o seu rosto um mistério porque todo mundo como ele é sem
ela.
Ele é
um garoto de 12 anos, que é um dos pontos fortes do filme. Jackson A. Dunn, que interpreta Brandon, se
parece com qualquer outro garoto, mas ele é capaz de colocar um olhar frio e cheio
de ódio, mas não sei de quê, pois seus pais são carinhosos e seu comportamento
parece de um garoto rebelde fruto de um lar desfeito e violento. E por falar
nisso, o nível de violência e sangue é mais parecido com um filme de terror
mesmo.
Pra
quem não sabe, James Gunn é o aclamado diretor de Os Guardiões da Galáxia e do
não tão grande sucesso assim, Esquadrão Suicida. Pois bem, James volta agora na
produção de Brightburn, tendo seus dois irmãos Brian e Mark Gunn como
roteiristas. Como disse, desde o início não há como não fazer uma comparação
direta com Superman, só que às avessas. Lembra um pouco uma revista Superman - Entre a Foice e o
Martelo,
dando a ideia do que aconteceria se a nave dele tivesse caído na Rússia, no
auge da guerra fria. Pense!!! O diretor David Yarovesky e James Gunn pegaram um
símbolo da esperança, que sintetiza a verdade, a justiça e aquele modo americano
de ser e o transformaram em um verdadeiro Anjo da Morte neste filme de terror
sombrio e contundente, uma subversão do folclore do Superman. Foi corajoso, mas até um tanto brilhante, mostrar
uma trajetória diferente da cultura pop onipresente do Homem de Aço. Tudo na lista de verificação do início do Superman
é cortado e até parece leve e esperançoso no início com situações familiares
bastante sentimentais e tons açucarados antes do início da desgraceira. O diretor faz referências às estórias em
quadrinhos e filmes anteriores como Superman 1978 de modo que qualquer mega fã
vai adorar - completo com locações perfeitas em uma sensação íntima de cidade
pequena no Kansas e até mesmo torcendo que forma do icônico S do Superman se torne um BB de Brandon Breyer.
Os sustos são brutais
começando logo no primeiro minuto do filme, e é isso que eleva o filme à medida
que se intensifica no antiquado estilo de suspense de Hitchcock, o horror
também aumenta. Brightburn aproveita
totalmente sua promessa de ser um filme de terror com máscara e fantasia mais
que teatral. Aliás, devo dizer que achei a máscara meio ridícula. É interessante
como o diretor transforma sequências icônicas do Superman como a do cofre, a da
lanchonete e do avião em situações grotescas. A atuação é melhor do que a usual
para um filme de terror, e a ideia geral é inteligente. Uma cena em particular, envolvendo um pedaço
de vidro e o olho da garçonete, me deu aquela sensação de... PQP!!!!
Em
meio a todo esse horror de revirar o estômago, está a deslumbrante leveza
emocional e psicológica por meio dos temas da infância que David e James escolhem
enfrentar. Estimular essa reviravolta na
trajetória é uma reflexão sobre os impactos do bullying em crianças que já são
propensas a situações de isolamento ou desamparo. Brandon começa como um garoto normal de 12
anos levado ao mal pelo trauma que ele enfrenta por descobrir que não é deste
mundo.
O
ritmo de Brightburn é tão rápido quanto uma bala, e a cinematografia também é
digna de nota. As únicas queixas e
detalhes são que eu gostaria que a máscara de Brandon fosse um pouco melhor
(parece um espartilho com dois furos para os olhos), e a escalada de valentão
do personagem fosse um pouco mais pronunciada.
O que se destaca sobre o personagem é a sua total falta de senso crítico,
racionalidade e discernimento sobre o que é certo ou errado. Afinal, é o que
nos torna humanos.
No frigir dos ovos, Brightburn: Filho
das Trevas teria uma proposta inicial de ser muito bom, mas que se
perde um pouco deixando aquela sensação do tipo: poderia ter sido melhor nisso
e naquilo. Entende? Não? Nem eu...
- Ficha técnica
Título original: Brightburn
Data de lançamento: 23 de maio de 2019 (1h 31min)
Direção: David Yarovesky
Elenco: Elizabeth Banks, David Denman, Jackson Dunn
Gênero: Terror
Nacionalidade: EUA
Distribuição: Sony
Classificação: 16 anos
Assinar:
Postar comentários
(
Atom
)
Postar um comentário