THE BATMAN | Confira nossa análise

THE BATMAN | Confira nossa análise


Nesta segunda-feira (28) assisti The Batman, o tão esperado filme da DC que mudou completamente de identidade até chegar no resultado que estreou nos cinemas. Inicialmente o filme seria dirigido, escrito e protagonizado por Ben Affleck, mas diante dos problemas pessoais do ator, todo o projeto ganhou um novo destino, novo diretor, nova história e novo protagonista. Dentre tantas mudanças, esse último foi o que levantou mais questionamentos e dúvidas. Será que Pattinson teria sido uma boa escolha para o papel do Batman? Essa é uma das questões que venho responder aqui.

Antes de ir aos cinemas conferir o novo filme do Batman, aconselho que vá de mente aberta, pois The Batman não é nada parecido com o que foi feito nos filmes anteriores do personagem, e isso é perceptível já nos minutos iniciais. Matt Reeves nos entrega uma obra que foge do convencional estilo de filme de heróis, assim como fez Chris Nolan, mas com suas próprias características, focando na investigação, sem deixar a ação de lado.

Foto divulgação (Warner Bros. Pictures)

O clima sombrio é abordado de dentro para fora, onde vemos por um olhar interno o terror que os bandidos de Gotham sentem ao ver o símbolo do morcego nos céus. Cada beco escuro, cada lugar dominado pela falta completa de luz, pode conter sua presença. A atmosfera de suspense deixa a impressão de que ele pode aparecer a qualquer momento e em qualquer lugar, e quando ele aparece... é frio e cruel. A crueldade desse Batman com seus inimigos, me lembrou bastante as cenas de luta do Batman de Ben Affleck, por serem simplesmente brutais.

Não pude evitar imaginar o Affleck nesse filme, mas Robert Pattinson não ficou muito atrás, contrariando os haters de plantão. Mesmo não tendo o mesmo porte que Affleck, e o visual que para mim, foi o melhor até hoje, Pattinson traz uma ótima interpretação do personagem que representou muito bem o fato do Batman ser quem se disfarça de Bruce Wayne e não o contrário. Nesse filme vemos pouco do Bruce, e o que vemos dele é algo bem recluso e de poucas palavras. É como se as trevas nele fosse algo tão entranhado que ele não consegue ser ninguém mais do que o Morcego. Bruce está longe de ser um playboy, e sua representação me fez acreditar que o herdeiro dos Wayne morreu naquele beco com os pais, e alí só existe o Batman, a vingança, uma criatura da noite, como ele mesmo diz. Sua movimentação é precisa, e as cenas onde ele caminha friamente observando e analisando tudo, e escutamos apenas o som de suas botas, é algo único.

Foto divulgação (Warner Bros. Pictures)

Outro ponto que achei interessante nesse Batman, é que o fato de estar em seu segundo ano de atividade, mostra o moldar de sua conduta, seus conceitos, sua forma de agir e de encarar seu papel em Gotham. Entramos na psiquê do personagem de forma única, provocados pelo ótimo trabalho de roteiro, fotografia e trilha sonora que intensificam tudo isso. As cenas de ação também foram muito bem compostas, tanto nas de luta como nas de perseguição. Destaco aqui a cena onde ele persegue o Pinguim. Aquilo foi insano!

O lado investigativo do Batman é muito bem abordado. Constantemente sua inteligência e sagacidade são testados pelo vilão Charada, que foi incrivelmente interpretado por Paul Dano. É difícil olhar para o rosto ingênuo do personagem e acreditar que as palavras que estão saindo de sua boca são dele de verdade. É uma ambiguidade estranha, e amendrontadora.

Zoe Kravitz como Selina estava ótima. Ela é uma boa atriz, e seu plot foi muito bem explorado. Eu tinha medo que ela e Pattinson não tivessem química em cena, mas felizmente isso não aconteceu.

Foto divulgação (Warner Bros. Pictures)

Outro ponto alto no elenco é Collin Farrel como Pinguim. É impossível reconhecer o ator diante de uma interpretação que combina perfeitamente com a caracterização de seu personagem. O único no elenco que não me agradou foi Andy Serkis, mas não por ele e sim pela versão do seu personagem. Essa versão do Alfred é bem apagada, em comparação às versões de Jeremy Irons e Michael Caine. Para mim, foi um desperdício ter um ator do porte de Serkis em um papel pouco aproveitado.

Foto divulgação (Warner Bros. Pictures)

Bom, The Batman é um filme ótimo, mas contém um problema que dificilmente me fará assistir novamente. Poisé... até agora elogiei bastante o filme, mas infelizmente o filme me pareceu muito arrastado, e longo sem necessidade. Sei que tramas investigativas exigem tempo de tela, mas 3 horas foi demais. Se fosse um pouco menor, talvez 2 horas ou 2 horas e meia no máximo teria sido muito melhor. A importância do tempo correto de tela, serve justamente manter o dinamismo e para nos deixar presos na trama. Tive a impressão de poder ir ao banheiro e ao voltar não ter perdido quase nada da história.

Espero ver o que esse filme trará no futuro, e mesmo que não tivesse algo sequencial eu estaria satisfeito. Matt Reeves deixou dia marca na história do Morcego. Tenho certeza de que o projeto está em boas mãos. 

  1. FICHA TÉCNICA
Título Original: The Batman
Lançamento: 3 de março de 2022
Duração: 2h 57min 
Genero: Ação, Policial, Suspense
Direção: Matt Reeves
Roteiro: Matt Reeves, Peter Craig
Elenco: Robert Pattinson, Zoë Kravitz, Paul Dano

Cearense com gosto de gás! CEO do Callango Nerd, estudante de cinema, cinéfilo, crítico, redator, desenhista, designer gráfico, professor de Cearensês e Mestre Jedi na arte de fazer piada ruim.

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