WW84 | Confira nossa análise com spoiler

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É com um sentimento de decepção que venho escrever sobre esse filme. Isso me dói, pois sou um grande fã da DC, e esperava mesmo que ele fosse melhor que o primeiro.

Como o título diz, aqui vai rolar spoiler, pois não sei como pincelar esse filme sem tocar nos pontos específicos que apoiam minha opinião sobre ele. Demorei muito para escrever essa crítica devido à sensação de não ter vontade de falar sobre. Poucas vezes me senti assim, e geralmente nem escrevo sobre o filme quando sinto isso, mas pela importância desta obra para a DC, e para a atual situação do cinema mundial, me vejo obrigado a desembuchar. Sendo assim, irei pontuar os pontos fortes e fracos do filme, pois acredito que essa será a melhor maneira de me expressar.

  1. PONTOS FORTES
AMBIENTAÇÃO:
Virou moda de fato produções ambientadas nos anos 80, e essa ambientação é feita de forma primorosa aqui. Toda a sensação da época, as roupas, os estilos e trilha sonora acompanham bem isso tudo. A época teve algo em especial devido ao ápice do exagero na sociedade, o que casou perfeitamente com os propósitos do vilão Maxi Lord (Pedro Pascal).

AVIÃO INVISÍVEL:
Quando anunciaram que isso existiria no filme, acreditei que não seria uma boa ideia, mas a maneira como o conceito é apresentado me surpreendeu. Diana utiliza a mesma técnica de invisibilidade que seu pai, Zeus, usou para esconder a Ilha Paraíso da civilização. Uma boa sacada, pois não é um conceito jogado do nada, e sim uma técnica que ela já vinha tentando fazer nos últimos 50 anos, e utiliza em um momento oportuno.

CHRIS PINE:
Chris Pine tem uma ótima interação com Gal em cena, e a maneira como ele é inserido na história é bem convincente. É de uma aceitação gradual, onde o que vemos acontecer é mais importante do que as explicações em palavras. Sem falar que sua presença é parte importante nas decisões e motivações da Diana.

A presença do ator também eleva o nível das cenas, mas espero que a Warner agora deixe o Steve Trevor descansar em paz... já deu o que tinha que dar.

O PRIMEIRO VOO:
Assim como foi com o primeiro voo do Superman, Diana se descobre e percebe como fazer. É algo instintivo, que faz parte dela e que precisa apenas ser destravado. Apenas senti falta de ter uma ligação com suas origens olimpianas, como aconteceu com a habilidade de transformar o jato invisível. Mesmo assim, a cena é linda perfeita.

MENSAGEM NA CENA FINAL:
O ato final tem uma mensagem muito bonita, voltada para a forma que levamos nossas vidas. O que desejamos para nós mesmos, e o que precisamos abrir mãos para o bem maior. Essa parte do filme me deixou grudado diante da importância daquilo que estava sendo dito ali, perante o momento pandêmico que vivemos.

LYNDA CARTER:
Em diversos momentos a características de Gal Gadot me lembrava bastante Lynda Carter no papel de Mulher Maravilha, principalmente na cena em que ela corre no meio da multidão enfurecida. Foi uma bela surpresa ver na cena pós-crédito que ela é a dona da armadura de ouro usada por Diana. Espero ver a atriz novamente em filmes futuros ao lado da Gal.

  1. PONTOS FRACOS
A TRAMA:
A trama tem um ritmo oscilante, onde em certo momento estamos com a adrenalina subindo, e depois isso é cortado de uma hora para outra por uma calmaria beirando a sonolência. A história é bem interessante a princípio, mas ao chegar em sua conclusão, a sensação que fica é de que o filme falou, falou e não disse nada. Para um filme de quase 3 horas, era de se esperar que os momentos de descobertas e explicações, fossem melhor posicionados, e que a ação tomasse um bom tempo de tela, já que tínhamos ali uma vilã que poderia bater de frente com nossa heroína.

Diante a aparição misteriosa de Steve Trevor, e todos os acontecimentos envolvendo a pedra mística, era esperado que o arco da Diana fosse algo mais investigativo, analítico no melhor estilo Indiana Jones, mas ela acaba tendo mais como tempo de tela alguns acontecimentos que mais parecem exigências do Estúdio do que opção de roteiro. É como se a Warner tivesse chegado para a diretora e tivesse dito: “Olha, não importa o que você faça no filme contanto que ela consiga voar, tenha o avião invisível, a Mulher Leopardo, a armadura de ouro de sagitário e o Chris Pine.”

É certo que a maneira como esses elementos foram inseridos, foram bem feitos, mas eles me pareceram desconexos, como se fossem realmente parte de uma exigência do Estúdio, assim como a luta final contra Ares no primeiro filme. Em sua totalidade, a trama me pareceu desinteressante.

LAÇO DA VERDADE:
Quem pelo amor de Deus deu a ideia de ela usar esse laço para tudo?
Sério, parece até aqueles meninos que aprendem a usar o Hadouken no Street Fighter e não sabem mais fazer outra coisa. Tipo o Harry Potter com o feitiço Expelliarmus. Ela não usa outra coisa se não o laço.
A presença do laço tira todo o brilho das cenas de porradaria, e isso já fica esquisito logo na primeira cena de ação, dentro do shopping.

No primeiro filme ela corria, dava joelhada, rasteira e voadora. Em Liga da Justiça a mulher arrebentava porta, se movimentava em velocidades absurdas e tudo mais, já aqui ela se parece mais com uma versão feminina do Tarzan. Digo nem Homem-Aranha porque o ritmo dele é mais frenético, já o dela é bem lentinho. Tudo a mulher se balança, até para voar ela gira o laço como o Thor e segura sabe lá em quê pra tomar impulso.

Tem uma parte que passa um avião a QUILÔMETROS DE DISTÂNCIA, e o laço chega até lá para ela se ancorar. É laço pra pegar bala, laço pra defender de tiros, pra prender bandidos, pra jogar coisas e por aí vai. Quando chega o momento em que ela laça os raios, eu já tava saturado de um jeito que nem me empolguei. Até na luta final ela passa o tempo todo, pendurada na porcaria do laço ao invés de ir pra porradaria com a Mulher Leopardo. Deuzulive!

Acredito que tenha sido uma opção para deixar o filme mais leve. Utilizar o laço e esquecer do escudo e espada, mas ela poderia lutar usando as próprias mãos que não deixaria violento, e ainda traria mais dinamismo nas cenas de ação.

A ARMADURA DE OURO DE SAGITÁRIO:
Serviu unicamente pra vender bonecos. De fato esse é o maior intuito, pois até mesmo a movimentação dela é prejudicada com as asas da armadura, que nem são necessárias, pois no momento do uso ela já sabe voar.

Tem lá na trama a busca pela dona da armadura, mas são citações pinceladas como se estivesse ali apenas para cumprir tabela, mas que pode passar despercebido se você piscar o olho, ou tomar um gole de água.

MULHER LEOPARDO:
Não estou falando da Barbara (Kristen Wiig), pois ela é uma personagem boa, e sua construção é gradativa e bastante convincente. Você acompanha ela descobrindo sua força, suas motivações e até mesmo a vemos dar uma surra na Diana, mas quando chega o momento mais esperado onde ela vai virar a Mulher Leopardo... aff, misericórdia.

A transformação acontece através de um desejo que ela faz ao Maxi Lord, e sabe lá qual o motivo, ela deseja se transformar em uma “leoparda”. Não existem indícios, nada que sustente a decisão ou algo do tipo, ou uma fixação pelo animal, nem nada. Ela simplesmente se transforma e pronto. Até achei o CGI bom, longe do que vimos em Cats, mas o tempo de tela é tão pouco que não dá nem gosto.

A LUTA FINAL:
Mais fraco do que caldo de bila! Parece mais um episódio de Tom e Jerry, com a Mulher Leopardo correndo e a Mulher Maravilha fugindo. Novamente a Mulher Maravilha fica se balançando naquele laço de um lado pra outro, enquanto a Mulher Leopardo fica procurando maneiras de alcançar, optando até por fazer o mesmo usando fios de alta tensão.

Não dura nem dois minutos, e a maneira como acaba é tão… meh! Fiquei sem acreditar que uma vilã foi preparada o filme todo pra aquilo. Pense numa coisa broxante, nam! Foi pior do que o "poder do amor" do primeiro filme.

CONCLUSÃO:
Infelizmente não é um filme que eu sentiria vontade de assistir novamente. Talvez a cena onde é explicado a origem da pedra mística, pois possivelmente terá alguma ligação com Adão Negro, mas de resto… misericórdia! Terminou e eu fiquei questionando meu tempo perdido.

O filme não é mal feito, tem uma excelente fotografia mixagem de som e trilha sonora. Tem um ótimo trabalho de figurino e maquiagem. Gal como sempre carismática e combinando perfeitamente com a personagem, mas o filme caminha pra canto nenhum. Promete o tempo todo, e no momento de cumprir, deixa a gente na mão.

Bom, espero ter sido claro em minhas motivações, mas como sempre será necessário que você assista para tirar suas conclusões. Essa opinião é minha, e foi essa a impressão que tive... de completa decepção.

Como já dizia o Chaves: "Era melhor ter ido ver o filme do Pelé!"

Caso já tenha assistido, comenta aí se você teve ou não a mesma sensação que eu.

  1. FICHA TÉCNICA
Título original: Wonder Woman 1984
Direção: Patty Jenkins
Produção: Charles Roven, Deborah Snyder, Zack Snyder, Patty Jenkins, Gal Gadot, Stephen Jones
Roteiro: Patty Jenkins, Geoff Johns, David Callaham
História: Patty Jenkins, Geoff Johns
Baseado em 
Elenco: Gal Gadot, Chris Pine, Kristen Wiig, Pedro Pascal, Robin Wright, Connie Nielsen
Gênero: Ação, aventura, fantasia
Música: Hans Zimmer
Duração: 2h e 40min
Distribuição: Warner Bros Pictures
Ano: 2020





Cearense com gosto de gás! CEO do Callango Nerd, cinéfilo, crítico, redator, desenhista, designer gráfico, professor de Cearensês e Mestre Jedi na arte de fazer piada ruim.

6 comentários :

  1. O bom é que gosto é uma coisa bastante pessoal, porque eu gostei pra caramba, tanto que fui ao cinema duas vezes assistir. Achei um dos melhores filmes desses novos da DC. Mas... Cada um tem seu gosto, né?

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  2. Concordo com vc na maior parte.
    Principalmente no que tange ao uso exagerado do laço (também me causou desconforto, parece que ela só sabia se balançar) e também no fato de que a armadura de ouro de Sagitário só vai servir para vender bonecos, não teve uma utilidade prática no filme.
    Dos pontos que vc destacou, só não concordo com a inserção do Steve na trama...tipo assim:
    Ela desejou ele de volta e ele simplesmente possuiu um cara qualquer, sem nenhuma ligação com ele? Poderia por exemplo, ter possuído um velho, uma mulher, sei lá..mas foi logo possuindo um cara "bonitão". Eles nem sequer pensaram em fazer uma piada tipo ele indo conferir se ainda era "acima da média"?
    Faria mais sentido se ficasse claro que o cara "possuído" na verdade era o Steve reencarnando e após a Diana fazer o pedido, ele recobrou as memórias da vida anterior. Como aconteceu em Camelot 3000.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Notei que o laço brilhou, porém ele faz parte das armas da heroína. E a situação justificou o uso. Eu amei o filme e adorei o final, com a Lynda Carter. Ainda bem que gosto é gosto.

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