Círculo de Fogo 2: A Revolta | Pois tá aí! Mas e aí, Vale a pena?



Em se tratando de uma sequência de um longa que já foi arretado, baseado nos personagens de Travis Beacham (Fúria de Titãs), você deve esperar – como eu esperava – uma superprodução que faça jus à consagração de Steven S. DeKnight (Demolidor) e de Guilhermo Deltoro (A Forma da Água)... Pois tá aí! Faz!! Isso se em sua lista de exigências estão inclusos: 

(1) efeitos especiais paidéguas, generosos e caprichados – que, devo dizer, superam com elegância e um toque de sofisticação os do anterior, com gráficos tão convincentes que se fossem transmitidas imagens em um noticiário dos anos 80, até mesmo H. G. Wells perderia o troféu de melhor trote massivo de invasão alienígena. Além de novos uniformes, o design interior dos Jaegers foi atualizado para uma versão um pouco mais limpa visualmente, com mais comandos virtuais projetados e  redução da quantidade de bregueços e engrenagens visíveis na cápsula de controle 

(2) muita adrenalina e desmantelo com monstros e máquinas colossais que saem derrubando edifícios feito crianças enfezadas que pisam em casinhas de cartas de baralho empilhadas (apesar de ainda não terem bolado um esquema de logística convincente em cenas ação do gênero que não nos deixe aquela sensação de "como é que o povo se escondeu tão ligeiro?!”); e 

(3) tudo isso em perfeita harmonia com um roteiro de ritmo agradável e bem equilibrado que não te deixe com vontade de dar aquela cochilada rápida entre as cenas de ação.

Com o cacau da Legendary e Universal Pictures, Deltoro desta vez cede a DeKnight a cadeira e o megafone na direção e assume a produção do longa que, com um tema de Lorne Balfe (Grammy Award, em 2009) e uma super equipe de roteiristas, não deixam muito a desejar (ou dizerem que é apenas uma cópia-mistura de Power Rangers, Transformers e Godzilla).

O enredo, apesar de não trazer nada de muito original, é uma receita que funciona bem: Jake Pentecost (John Boyega) é um filho rebelde que caiu na criminalidade após a morte do pai (o famoso coronel Stacker Pentecost – autor da frase “vamos cancelar o Apocalipse!” – vivido por Idris Elba no filme de 2013) e tem a chance se acertar com a justiça quando sua irmã mais velha, Mako Mori (Rinko Kikuchi), oficial de alta patente, o livra da cadeia oferecendo em troca seu antigo posto de Ranger. E então, ao lado do antigo companheiro Ranger Nate Lambert (Scott Eastwood, um filho de peixe!), Pentecost ocupa o hemisfério direito do Jaeger lendário Gipsy Avenger, que no primeiro filme era o xodó dos irmãos Chuck (Robert Kazinsky) e Herc Hansen (Max Martini) e se torna “sensei” de Amara (Cailee Spaeney), uma ladra que tem a habilidade de “transformar lixo em Jaeger”. Juntos, precisam evitar o Apocalipse com uma nova invasão de Kaijus (de nível 5 e 6!).

Falando em “originalidade”... Vale aqui uma nota de que DeKnight parece ter gostado da aposta da LucasFilm e J.J. Abrams (Star Wars: O Despertar da Força) por uma dupla de protagonistas composta por um desertor e uma adolescente órfã que vive de sucatas... E num é que foi justamente o Boyega de novo?! O talento do britânico conquistou mesmo as telonas! Só que desta vez, ele tem os autógrafos mais cobiçados que os de sua contracenista.

Bom, se você está querendo uma tarde agradável com a família ou procura algumas horinhas de entretenimento envolvente pra curtir sozinho(a) mesmo, e quer saber se vale a pena optar por esse filme, já está mais do que indicado! Sem extremos saturantes, ele transita com delicadeza e segurança entre climas dramáticos e divertidos e é uma ótima escolha pra qualquer dia da semana!

Vá em frente e bom filme!
  1. trailer


Professor de música, semioticista, crítico de cinema, comedor de cuscuz e ouvidor de baião.


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