AQUAMAN | Análise do filme com SPOILER!

AQUAMAN | Análise do filme com SPOILER!


Em uma das cabines de imprensa mais lotadas deste ano de 2018, tive a oportunidade de presenciar o renascimento da DC no cinema. Aquaman trouxe o que esperávamos desse universo. Detalhe, o filme foi aplaudido por todos quando terminou, então já dá pra imaginar o que vem por aí.

Agora menino, bora deixar de leruaite, e partir para o que interessa. Lembrando que essa é uma análise com spoilers, caso você seja MOBRAL e não tenha lido o título do post.

  1. sinopse
Filho do humano Tom Curry (Temuera Morrison) com a atlante Atlanna (Nicole Kidman), Arthur Curry (Jason Momoa) cresce com a vivência de um humano e as capacidades meta-humanas de um atlante. Quando seu irmão Orm (Patrick Wilson) deseja se tornar o Mestre dos Oceanos, subjugando os demais reinos aquáticos para que possa atacar a superfície, cabe a Arthur a tarefa de impedir a guerra iminente. Para tanto, ele recebe a ajuda de Mera (Amber Heard), princesa de um dos reinos, e o apoio de Vulko (Willem Dafoe), que o treinou secretamente desde a adolescência.

Após assistir 'Aquaman', ficou ainda mais evidente que a Warner colocou o carro na frente dos bois. Talvez tentando recuperar o tempo perdido, não sei, mas foi um erro fazer “filmes eventos” antes dos filmes solos de seus personagens. Mas, parece que a Warner agora está andando pelo caminho correto, como fez com 'Man of Steel' e 'Mulher Maravilha'.

Para deixar a análise mais clara, vou começar com os pontos positivos, e em seguida com os negativos.

James Wan consegue aproveitar bem o que foi apresentado de Aquaman até o momento, e faz suas mudanças de conceito e visual com relação ao que foi mostrado em Liga da Justiça. Lá, muita gente reclamou do tridente que tinha cinco ao invés de três pontas. Aqui, descobrimos que o tridente que o Aquaman usava, era de sua mãe, Atlanna, enquanto o de três pontas pertence ao rei, que nesse caso é o Orm, que não é o mesmo dos quadrinhos que a galera quis tanto ver. O verdadeiro tridente do rei é tratado como uma lenda entre o povo atlante. Esse tridente pertenceu ao Rei Atlan, que se exilou após Atlântida ir para o fundo do oceano. É dito que quem o possuir dominará os sete mares. Se pensarmos bem, faz todo o sentido que o Aquaman não aparecesse em Liga da Justiça com esse tridente, já que ele nem era o rei da p@#$% toda ainda.

As mudanças também foram feitas no visual de Arthur e Mera. Arthur não possui os olhos azuis (quase branco) como vimos em Liga da Justiça, e sim um amarelo que faz parte de sua habilidade de enxergar nas profundezas do oceano. Mera, que apareceu loira em Liga da Justiça, aqui ganhou seus clássicos cabelos vermelhos, trazendo maior fidelidade aos quadrinhos. O fato de não ser pintado e sim uma peruca, não dá tanta naturalidade como acontece com Dolph Lundgren, que faz o papel do Rei Nereus, seu pai no filme. Mesmo assim a mulher está linda demais, ocupando um merecido lugar no meu coração, ao lado de Gal Gadot e Scarlett Johansson.

A trajetória do Aquaman é feita de forma dinâmica, intercalando entre presente e passado. Infância e adolescência são bem abordadas, incluindo a presença de Vulko como mentor. Aqui o personagem de Willem Dafoe é o responsável por ensinar tudo que Arthur precisa aprender sobre seus poderes e como controla-los. Uma das coisas que fiquei na expectativa de ver, era como seria abordada a habilidade de falar com os peixes. Olha, James Wan fez com que uma das coisas que era motivo de piada, se tornasse em algo tão massa, que fiquei com vontade de possuir essa habilidade na hora de colocar os peixes-beto pra brigar (rsrs). Essa habilidade é mostrada no início do filme com Arthur ainda criança, e depois com ele se comunicando com uma baleia, até que no final do filme descobrimos que o Rei Atlan também era capaz de fazer isso. A principal missão de Arthur ao lado de Mera, é de resgatar o lendário tridente do Rei Atlan para impedir que Orm entre em guerra com a superfície, e falar com peixes é a peça chave disso tudo.

Durante essa busca, presenciamos a construção de todo um universo subaquático que merece ser abordado nos próximos filmes. São tantos reinos diferentes e criaturas impressionantes, que fiquei com vontade de ver e conhecer mais.

As cenas de ação, tanto debaixo d’água como na superfície, são PHODAS BAGARAI! Logo no começo do filme, vemos Nicole Kidman dando um show de porradaria nos soldados atlantes. Inicialmente Atlanna parece frágil, mas essa sensação vai embora logo que sua família é ameaçada. Meu irmão, a mulher e se transforma numa sayajin e a chibata rola solta. Pêia pra dez esses elementos comeram sozinhos. Essa cena foi até mostrada nos trailers, mas na telona a sensação é completamente diferente.

Vai comendo, Raimundão!

Jason Momoa é outro que se destaca fácil no quesito “pêia no espinhaço”. Sua primeira cena de ação, dentro do submarino tem todo um estilo próprio. Gostei bastante da forma que ele luta, de maneira bem bruta, lembrando muito Dwayne 'The Rock' Johnson na primeira cena luta em 'Escorpião Rei'. A luta entre ele e Orm são espetaculares, tanto no primeiro embate quanto no final do filme. O primeiro é perceptivo a vantagem de Orm debaixo d'água, já na segunda, Arthur dá uma sova tão grande, que o tal do Orm deve estar caindo até agora. Momoa colocou todo o seu carisma nesse personagem, que qualuqua limitação de atuação que o ator tenha, é superada. 

Amber Heard também se sai muito bem nas cenas de ação, e isso é visto também naquele imenso trailer que mostra a sequência de ação na Sicília. Mera é forte, habilidosa e muito corajosas. Não é nenhum pouco uma donzela indefesa.

As cenas de perseguição debaixo d’água são espetaculares, lembrando muito 'Star Wars', até mesmo nos sons dos tiros dos submarinos atlantes. A cena final da guerra entre os reinos submersos me deixou com câimbra na mandíbula, de tanto tempo que fiquei de boca aberta. Aquilo era 'Senhor dos Anéis' misturado com 'Star Wars' e 'Círculo de Fogo' de baixo d'água. A parte do 'Círculo de Fogo' é quando o Aquaman surge no meio da batalha, montado num Kaiju disfarçado de Kraken guardião do tridente do Rei Atlan. Nesse momento ele usa seus poderes de falar com as criaturas submarinas de uma forma tão massa, que eu me arrepiei todo na hora. Aquilo foi irado demais, o cara até surfa em um cavalo-marinho dentro d'água, que massa.

Os antagonistas são bem carismáticos, além de apresentar um nível de ameaça impressionante. Seja pelas habilidades que possuem, ou até mesmo pela imponência, a postura e as expressões. David Kane (Yahya Abdul‑Mateen II) é imponente desde o início. Assim como nos quadrinhos, tem como motivação a vingança pela morte de seu pai. Seu codinome e bem plausível por fazer parte de sua trajetória. Orm, assim como o Arraia, é bastante ameaçador desde a primeira cena. Sua motivação é mais que plausível, já que ele odeia o povo da superfície por causa de toda a poluição que causam. Pena que o filme não aprofunda esse lado, fazendo sua motivação ser apenas o acerto de contas com seu meio-irmão mais velho. Para Orm, Arthur foi o responsável pela morte de sua mãe, já que ela foi sacrificada por ter tido um filho com um humano.

Os efeitos são um completo espetáculo. O visual do filme é tão incrível que é difícil de explicar. É como se fosse uma mistura de Coruscant de 'Star Wars' com as florestas luminescentes de Avatar. São tantas cores e formas que me deixaram deslumbrado do início ao fim.

Mas, nem tudo são flores comestíveis, o filme também possui seus pontos fracos. Um deles é evidente durante a jornada de Arthur e Mera. Sabemos que os dois compõem o casal principal da história, mas aqui não vemos muita química entre os dois. As cenas de humor funcionam para mim, e nesse ponto eles têm um bom entrosamento, mas na parte onde eles começaram a perceber o sentimento entre si, a coisa fica mais com cara de amigos mesmo. Existe uma frase muito usada em filmes: “Foi como beijar minha irmã”, é assim o beijo dos dois. Totalmente diferente de Atlanna e Tom, que é possível ver romantismo e verdade nos olhos dos dois em todas as cenas.

A carga emocional do filme, está mesmo no trio, Atlanna, Tom e Athur. É possível ver verdade em tudo que eles transmitem, como olhar de admiração do filho com o pai, o de cuidado do pai como filho e o de amor entre o casal. A cena de despedida no início do filme é de cortar o coração, assim como o reencontro de Arthur com Atlanna. O olhar dos dois é verdadeiro, fazendo Arthur parecer uma criança que esteve carente de atenção por anos.

A trilha sonora não chega a ser um ponto fraco, mas também não tão boa quanto 'Man of Stell', 'Batman vs Superman' e 'Mulher Maravilha'. Eu esperava também uma trilha particular marcante como a de Mulher Maravilha, mas isso não aconteceu. O que vemos é algo meio psicodélico, com tons dos anos oitenta e tals. Não é que ficou ruim, só não ficou marcante.

De todos os pontos fracos, o principal não está no filme em si, e sim no marketing. Essa é uma tecla que não canso de bater. Como prometido amim mesmo, assisti apenas ao primeiro trailer, então pude curtir todas as surpresas que o filme trouxe. Depois de ter visto o filme, fui conferir os inúmeros trailers lançados, e descobri que eles revelam tudo. Nem mesmo o Kraken escapou, e a surpresa mesmo que ver o Aquaman montado nele. Foi difícil escrever uma análise com spoiler, quando os trailers já fizeram todo o trabalho.

Sob o comando de James Wan, 'Aquaman' tem seus três atos bem estruturados, sendo um filme deslumbrante, de encher os olhos. Um trabalho primoroso que me deixou de boca aberta do início ao fim. Tem ação, mistério, aventura, toques de humor, um tom épico para ninguém colocar defeito, e acima de tudo, sem medo de ter cara de quadrinho. Mesmo com suas falhas, o filme termina com um gostinho de “quero mais”. Tem tanta coisa massa aqui, que os defeitos são esquecidos no mesmo momento. Trocando em miúdos, Aquaman é PHODA BAGARAI!

Finalmente a Warner deu um passo seguro em um filme da DC, deixando o diretor trabalhar, assim como foi em Mulher Maravilha. Estou na expectativa de que o sucesso possa mudar os planos da Warner, deixando de lado esses projetos de personagens “B”, e focando nos personagens principais da Liga da Justiça.




  1. FICHA TÉCNICA
Título: Aquaman
Distribuidor: WARNER BROS.
Data de lançamento: 13 de dezembro de 2018 (2h 24min)
Direção: James Wan
Elenco: Jason Momoa, Amber Heard, Willem Dafoe
Gêneros: Ação, Aventura, Fantasia
Nacionalidade: EUA
Ano de produção: 2018

O Kryptoniano que caiu com gosto de gás no Ceará. Cinéfilo, crítico, desenhista, designer gráfico, professor de Cearensês e Mestre Jedi na arte de fazer piada ruim.

Postar um comentário

Copyright © Callango Nerd. Designed by OddThemes Shared By Way Templates