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"Trem Bala" bem que poderia se chamar "Kill Brad, Vol. 1"


Trem Bala é um filme rápido! KKK e Brad Pitt continua sendo “o cara”. Ou melhor, se a gente pegar todo o repertório de Brad Pitt – o anjo da morte, o velho e o jovem, o matador de zumbis, o agente secreto, o símbolo sexual, o imbatível, o lutador, o astronauta, etc., etc. e etc… você percebe cada um deles em Trem Bala, a adaptação do romance policial de Kotaro Isaka de 2010 sobre um trem cheio de assassinos. Segundo as resenhas que vi sobre o livro, é um dos raros casos onde o filme supera o livro. Só o trailer do filme tem mais ação que o livro inteiro! Enfim, voltando ao filme, o tímido sessentão de Hollywood continua mesmo sendo “o cara”, que continua abrindo caminho e mostrando que continua em forma. O que a gente vê é um artista que descobriu exatamente como usar sua “presença de palco” e nos brindar com uma performance que vai da comédia à ação em segundos, já que estão num Trem Bala... Já se passaram três décadas desde que Pitt meio que estreou em Thelma e Louise de 1991, mas apareceu antes fazendo uma ponta quase despercebida em Sem Saída de 1987 com Kevin Costner.

Legal saber que Brad Pitt ainda pode carregar o peso de um filme naqueles ombros cheios de proteína, o que é bom, né? Trem Bala é uma mistura de carnificina colorida com uma contagem até substancial de corpos. A tentativa do diretor David Leitch e do roteirista Zak Olkewicz de entrelaçar as narrativas do livro em um filme singular no estilo Pulp Fiction tende a sair dos trilhos de vez em quando. Aliás, não pude deixar de notar o quanto o filme se parece com o estilo de Tarantino. Aliás, bem que o filme poderia se chamar 'Kill Brad, Vol. 1'. No centro de tudo - em mais de uma maneira - está o Joaninha (Pitt), um assassino profissional meio estranho que não gosta de armas e se acha azarado por ter pego alguns trabalhos que acabaram lhe deixando meio complexado; ele está convencido de que algum poder superior o amaldiçoou por razões desconhecidas. Graças a algum tempo de folga e muita terapia, no entanto, ele está pronto pra detonar novamente. Sua chefe, Maria Beetle (Sandra Bullock), começou com algo simples: “Entre no trem-bala saindo de Tóquio, pegue uma maleta que tem um adesivo na alça, desça na próxima parada, e pronto. O que pode dar errado? ” dizia sua voz sexy ao telefone.

Bom, pra começar, tem dois caras transportando a tal mala. Eles são Limão (Brian Tyree Henry) e Tangerina (Aaron Taylor-Johnson, do filme Kick-Ass), um par de assassinos britânicos com características comportamentais meio estranhas, mas muito eficientes cuja reputação os precede. O primeiro adere a uma filosofia baseada em Thomas e Seus Amigos (O desenho início dos anos 90), com detalhamentos de personalidade em uma folha com adesivos. Essa dupla briguenta foi contratada para recuperar o filho sequestrado (Logan Lerman) de um notório e temido gângster russo conhecido como “Morte Branca” e uma mala com dez milhões de dólares; aquela que o Joaninha tem que pegar. Depois de umas 16 ou 17 pessoas depois - o número exato é contestado e, portanto, requer um flashback elaborado contando assassinatos para resolver a discussão - Limão e Tangerina saem com o filho varão e o dinheiro. Eles devem entregar ambos aos comparsas do papai carinhosamente chamado de Morte Branca em uma das paradas. Exceto que “alguém” pegou a mala, e o pior acontece quando a dupla cítrica volta aos seus lugares e encontram o cadáver do filho do gangster assassino esperando por eles. Eita!

Além disso, há Kimura (Andrew Koji), filho de um Velho Yakuza (Hiroyuki Sanada) cujo próprio filho está no hospital depois de ter sido empurrado de um telhado. Este foi avisado que a pessoa empurrou o garoto está no trem, o que acaba sendo uma emboscada da Princesa (Joey King), uma adolescente sarcástica com seu próprio plano de vingança. E há o Lobo (Bad Bunny), um jovem vestido como se fosse um bailarino espanhol que acabou perdendo sua noiva no dia do casamento sangrento e que também quer vingança. Enfim, tem de tudo nesse trem, até uma serpente venenosa que até nem precisava estar alí. E ainda tem pessoas que continuam aparecendo envenenadas, com sangue escorrendo de todo canto como se fosse um surto de Ebola. Tem também outra assassina mítica chamada Vespa que está à espreita, e quanto mais perto todos chegarem de seu destino final, mais provável que as coisas acabem mal para o Sr. Joaninha. Ah, um fato interessante do filme é que Pitt faz duas referências cômicas à sua doença que o faz esquecer a fisionomia das pessoas. Isso o faz passar por arrogante por não cumprimentar seus “conhecidos” com frequência. No filme ele diz que é ótimo com fisionomias.

A maior parte do filme vem diretamente do livro, menos algumas mudanças de gênero e adições de enredo como bônus. O livro em si está cheio de psicóticos neuróticos e remanescentes da cultura pop, assassinos excêntricos com apelidos excêntricos e o típico derramamento de sangue, outra semelhança com Kill Bill. Aquela obsessão do Thomas, o Trenzinho? Faz parte do texto original que foi publicado pela primeira vez em 2010, mas o sonho dos anos 90 está vivo no Trem Bala, especificamente os sonhos febris de um escritor-diretor americano em particular daquela década.

Portanto, não foi surpreendente quando Isaka disse que não estava incomodado com o fato de seu romance japonês receber o tratamento completo de Hollywood, porque a influência de Hollywood parece muito mais forte em seu livro do que qualquer coisa culturalmente relacionada ao Japão. Como eu disse, há uma forte sensação de que o que você está realmente assistindo é Kill Bill, de Quentin Tarantino.

Leitch começou como coordenador de ação e dublê – ele foi o dublê de Brad Pitt em Clube da Luta – antes de co-criar John Wick, ainda a maior franquia de ação da década passada. Ele foi o cara que colocou Charlize Theron à prova em Atômica; ele também fez Deadpool 2. O sentido geral é simplesmente manter todo o resto em movimento tão rápido que as pessoas confundirão o ritmo maníaco com a verdadeira diversão macabra, embora um trem indo para Kioto esteja a 285 quilômetros por hora.

Quanto ao resto do elenco, alguns lidam melhor com seus sotaques e cenas de ação do que outros. Zazie Beetz é forçada a terminar todas as suas falas com uma exclamação “vadia”, e ela merece bem mais. Michael Shannon aparece só no final do jogo, Não é spoiler dizer que Sandra Bullock interpreta a chefe do Joaninha, já que ela está nos trailers. É melhor não revelar algumas outras participações especiais de rostos famosos, e você deixará o Trem Bala convencido de que há uma rede informal de meia dúzia de celebridades que podem aparecer nos filmes.

O filme em si não é assim nenhum desastre de trem, mas enfim, ele é colorido, caricatural e bem coreografado e o charme e atuação de Pitt por si só faz maravilhas. Quando, no final, o Joaninha flutua comicamente e ileso pelos destroços, captura exatamente a situação do filme. “Trem bala” pode aqui e ali sair dos trilhos, mas Pitt continua à prova de balas colocando-o de volta. 4 James Drury

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