THOR LOVE AND THUNDER | Confira nossa análise

THOR LOVE AND THUNDER | Confira nossa análise


Love and Thunder - Uma ideia corajosa com pitada de humor nordestino

Não é novidade na Marvel que o arco de Thor migrou para um espectro voltado para o humor dentro doa vários tipos de narrativas dentro do Universo Cinematográfico da Marvel. Desde o Thor Ragnarok, essa premissa foi trilhada e, com a pequena parceria com os Guardiões da Galáxia, no fim do arco de Thanos, não haveria dúvidas que o personagem trilharia essa caminho do humor em seus filmes solos. E aqui estamos de novo, com Love and Thunder, nesse mesmo caminho, mas de forma diferente.

Diferente? Mas porque?

Estranho pra mim dizer isso porque eu não gostei de Thor Ragnarok de forma alguma. Achei a vilã mal aproveitada, as piadas não me fizeram rir (nenhuma delas), e a estética do humor pareceu contraditória pra mim no filme. Ele não parecia abraçar completamente o humor. Parecia um filme mal dividido, que tentava se encontrar entre a ação, seriedade e um humor galhofa, e que no fim não fazia nenhum dos três bem (além de desperdiçar o Planeta Hulk e o evento do Ragnarok de forma tosca e mal contada). Mas porque retornar pra esse ponto se estamos falando de Love and Thunder, e não Ragnarok?

Simples, em Love and Thunder acertaram a mão: eles abraçaram a galhofa, o humor e a zueira de forma pesada. E sim, é um filme extremamente engraçado e divertido (apesar de que humor é algo bastante subjetivo também, pra mim funcionou demais). Dito isso, afirmo de início: Love and Thunder não é algo para se levar a sério (não no ponto de vista das piadas, do roteiro, etc.), mas que nem por isso ele não tenha momentos sérios, e esses momentos de drama não entram em choque com o filme, como pra mim ocorreu em Ragnarok.

O filme abraça essa energia do "humor sem noção" quase que 90% do tempo, e acompanha consigo uma trilha sonora de Guns and Roses muito bem usada, que garante um carisma absurdo pra obra. Ele usa diversas músicas, e de forma inteligente vai guiando a narrativa. Acredito que para aqueles que nem são tão fãs desse tipo de proposta de mesclar uma comédia declarada e super herói, ficam com certa resistência ao julgar o filme negativamente, justamente por não pegar fã nenhum de surpresa (sobre a estética do humor) e por esse banho de carisma de Thor, seus personagens e o uso da trilha sonora de Guns. Inclusive, Love and Thunder brinca com a dualidade de Guns and Roses, inclusive a subjetividade desse título faz parte da historia do filme de forma mais profunda, mas que não vamos explanar aqui para não apontar spoilers. 

Os arcos Narrativos do filme que não contam com a estética da comédia se resumem em 3: a história do antagonista e os momentos de confronto com ele, as consequências que levam Jane Foster a se tornar a Poderosa Thor e alguns elementos da obra que refletem sobre o que são os deuses e o divino no universo cinematográfico da Marvel (uma vez que, ué, aqui os Deuses realmente existem de forma palpável no próprio plano mortal). Para quem assistiu aos trailers, já sabe que vai encontrar outras mitologias, e deuses, como Zeus. Nesse sentido, é interessante como desde a velha piada do Senhor das Estrelas, quando encontra com Homem de Ferro pela primeira vez em Guerra infinita, ao ser questionado "a que senhor você serve?" e ele responde "Como assim a que senhor eu sirvo? Eu deveria dizer Jesus?"

Recapitulando um pouco mais, a ideia de Deuses também é refletida no católico Capitão América e Thor, onde a relação dos dois gera essa reflexão pontualmente. Dito isso, retorno afirmando que Love and Thunder não só "pontua" sobre os deuses e o divino em seu filme, mas a obra realmente desenha bem mais sobre como funciona essa complexidade do divino dentro do cinema Marvel (abre novos questionamentos, mas também trás novas perspectivas, e transforma tudo isso em uma sátira interessante). E apesar de todo o humor, essa profundidade soma muito para a grandiosidade do universo Marvel nos cinemas.

Sobre as cenas do filmes e os aspectos técnicos, não há nada de novo sobre fotografia, cenas de combate ou efeitos especiais. Mais do mesmo que vemos sempre nos outros filmes. O roteiro apresenta alguns tropeços, assim como na montagem do filme, com saltos estranhos, que tenta contar uma longa história, impressa em um filme de quase 3 horas, cheios de humor e informações que a obra parece precisar evidenciar, coisas que são caras ao quarto grande arco da Marvel (principalmente agora, onde estão se desenhando as "passadas de bastões", onde alguns heróis estão deixando seu legado para outros). 

Apesar do filme longo, mais de duas horas e meia de filme, o humor e as pequenas cenas de drama sustentam bastante o espectador. Principalmente se o tipo de comédia do humor galhofa, ou "sem noção", funcionar com você. O filme também conta com duas cenas pós crédito, onde a primeira de fato é relevante, a segunda nem tanto. É interessante perceber o que fizeram com o Thor nós cinemas, apesar de ser o personagem da Marvel que mais tenha sofrido perdas e danos psicológicos (e a obra retorna bem essa reflexão), contam com o deus do trovão para fazer um inteligente discurso sobre superação. De longe, esse herói se consolida com a estética da comédia daqui pra frente, e seu carisma tende a convencer cada vez mais aqueles do público que não compravam muito bem o Thor comediante do universo cinematográfico Marvel.




Palestrinha do Callango Nerd, Estudante do Curso de Cinema e Audiovisual (Unifor), Mestre Jedi e em Geografia (UECE), Fotógrafo, Videomaker, amante de RPGs, filmes, livros e histórias fantásticas.

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