DC's Liga dos Super-Pets, seus filhos e netos vão adorar.

DC's Liga dos Super-Pets, seus filhos e netos vão adorar.


Hoje em dia, nem é preciso dizer que um filme de animação precisa de um elenco de voz no mínimo “estelar”. Então você pode ser perdoado por pensar que o talento ouvido em “DC Liga dos Super-Pets” – incluindo Dwayne Johnson, Kevin Hart e Keanu Reeves como cães falantes e heróis. Aliás, desde Um Tira e Meio, Dwayne e Kevin só querem estar nas telonas juntos.

Mas, como qualquer boa equipe, o rotineiro mas charmoso “Liga dos Super-Pets”, no qual Johnson interpreta o cachorro do Superman, Krypto, e Hart, uma mistura de boxer com Chihuahua chamado Ace (Ás em português), entende o valor de uma verdadeira amizade. Mas são as travessuras vocais de Kate McKinnon (Lulú), Vanessa Bayer (PB – Pibi), Diego Luna (Chip) e uma desenfreada Natasha Lyonne (Mirtes), como uma coleção de outros animais, que salvam o filme das garras mortais da previsibilidade.

Não podemos deixar de dar o crédito ao diretor Jared Stern: Ele parece saber não apenas como fazer escolhas de elenco inspiradas, mas quando parte para a improvisação. Ou melhor dizendo, ele permite que pessoas engraçadas sejam engraçadas. Stern e seu co-roteirista John Whittington, que fizeram parte da equipe de roteiristas de “Batman Lego”, trazem um pouco da descontração desse filme de 2017 para o universo DC.

Aqui, Superman (John Krasinski, de Um Lugar Silencioso) frustra os bandidos com a ajuda de seu filhote energizado, Krypto, um cachorro parecido com o labrador do Planeta Krypton com visão a laser e raio X, a capacidade de voar e um alter-ego que atende pelo nome de Bark Kent, é mole? Aliás Bark é o verbo latir em Português. Eles são principalmente uma operação de equipe enquanto protegem Metropolis (que é cópia fiel de Manhattan, que também é cópia de Gothan City), embora ocasionalmente recebam apoio de um Batman metido a engraçado (Keanu Reeves) e do resto da Liga da Justiça. Mas quando uma cobaia tosada e vilã chamada Lulú (McKinnon) sequestra os membros da Liga da Justiça na esperança de agradar Lex Luthor (Marc Maron) – seu ex-dono e inimigo do Superman, que não sabe nem que ela existe – cabe a Krypto e um grupo desorganizado de animais, aliados e recém-dotados de superpoderes, para salvá-los. Alguém já ouviu falar de Kriptonita roxa? E laranja? Pois é, nem eu… mas é o que dá poderes a esses Pets.

O líder deste bando é o Ace, dotado de invencibilidade, mas amaldiçoado com um passado emocionante. Bayer dá voz a PB, uma porca rechonchuda alegre e fangirl de super-heróis que pode crescer ou encolher. Luna está maravilhosamente perturbada como Chip, um esquilo neurótico com a capacidade de controlar a eletricidade. Mas Lyonne rouba a cena como Mirtes, interpretando uma tartaruga veloz (lembrei do Turbo) como uma velhinha desbocada que não recebeu o memorando de que não há xingamentos em um filme infantil. (Os palavrões são bipados, para constar.)

Quando “A Liga de Super-Pets” não está mostrando as típicas travessuras de animais ou se divertindo, está zombando maliciosamente do absurdo maior do gênero de super-heróis. Tipo, tocar nos pontos da melancolia de Batman, a identidade não tão secreta do Superman e a impossibilidade do jato invisível da Mulher Maravilha (Jameela Jamil) não são assim tão originais, mas ainda divertem. As maneiras pelas quais Lulú prende a Liga da Justiça – jogando Aquaman (Jemaine Clement) em um tanque de peixes, fazendo o Flash (John Early) correr uma roda de hamster, colocando Cyborg (Daveed Diggs) no modo avião (essa eu ri) – são mais inspiradoras. Ben Schwartz e Thomas Middleditch também se deliciam como cobaias inseparáveis ​​dotados de poderes incompatíveis.

Às vezes, é difícil afastar a sensação de que “A Liga dos Super-Pets” e seus personagens fofinhos são mais uma oportunidade de merchandising do que um filme. (Os brinquedos de pelúcia correspondentes já estão chegando na caixinha do McLanche Feliz do McDonald's. Ainda assim, esse conto cativante de família que se encontra ou reencontra é o tema central, já que “Super-Pets” eventualmente se transforma em um filme de mensagem sobre as virtudes da adoção de animais e o valor da amizade. Deixando de lado o merchandising, o valente elenco de vozes e a defesa de companheiros animais dão aos “Super-Pets” uma certa liberdade que só uma coleira bem longa poderia dar.

O roteiro também é hábil em lançar piadas tanto para crianças (há uma piada até sobre a “Patrulha Canina” feita por Lulú que fará crianças de quatro ou cinco anos em todos os lugares pensarem: “Eu entendo essa referência! ”. Meu neto Joaquim adora!).

Como muitos filmes voltados para um público mais jovem, este fica um pouco atolado ao tentar ficar sério. Ace recebe um flashback que claramente lembra aquela cena da Jessie (Cowgirl) lamentando ter sido abandonada por sua dona em “Toy Story 2”, mas não consegue chegar ao nível da Pixar pra nos fazer chorar.

No verdadeiro estilo dos filmes de super-heróis, o filme oferece algumas dicas durante os créditos finais – como uma possível sequência, mas nada do que acontece em “DC's Liga dos Super-Pets” parece particularmente importante como se tentasse dar a ideia de construir vários anos de sequências de franquias. Super-Pets 2 – A Origem de Lulú, Super-Pets 3 – O Resgate, Super-Pets 3 – A Vingança do Hidrante…

Por fim, DC’s Liga dos Super-Pets consegue combinar super-heróis com animais adoráveis, que são duas das coisas favoritas das crianças, então sua popularidade parece garantida. E acompanhantes adultos apreciarão as muitas referências ao Universo DC, com os sexagenários provavelmente vão vibrar ao ouvir a trilha sonora clássica de John Williams para o filme do Superman de 1978 que, sem dúvida, iniciou a mania cinematográfica de super-heróis em primeiro lugar.



Título: Dc Liga dos Super Pets
Lançamento: 28 de julho de 2022 No cinema
Duração: 1h 46min 
Gênero: Animação, Fantasia, Aventura, Família
Direção: Jared Stern
Roteiro Jerry Siegel, Jared Stern
Elenco: Marcelo Garcia, Dwayne Johnson, Duda Espinoza
Título original DC League Of Super-Pets

Professor de Inglês e também crítico de cinema. Fã de carteirinha de filmes de ficção, ação e aventura, mas sempre com o olhar diferenciado para cada gênero de modo a transmitir com máxima fidelidade a minha impressão real sobre cada filme. Apesar do estrangeirismo do nome sou 100% cearense.


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