SLENDER MAN | Vale ou não a pena assistir?

SLENDER MAN | Vale ou não a pena assistir?


  1. INFORMAÇÕES


Título original: Slender Man
Data de lançamento: 23 de agosto de 2018 (1h 34min)
Direção: Sylvain White
Elenco: Joey King, Julia Goldani Telles, Jaz Sinclair
Gênero: Terror
Nacionalidade: EUA
Não recomendado para menores de 12 anos
Distribuidor: SONY PICTURES
Ano de produção: 2018

SINOPSE: As amigas Wren, Hallie, Chloe e Katie levam uma vida entediante no colégio. Quando ouvem falar num monstro chamado Slender Man, decidem invocá-lo através de um vídeo na Internet. A brincadeira se transforma num perigo real quando todas começam a ter pesadelos e visões do homem se rosto, com vários braços, capaz de fazer as suas vítimas alucinarem. Um dia, Katie desaparece. Como a polícia não dispõe de nenhuma prova para a investigação, cabe às três amigas fazerem a sua própria busca, enfrentando a criatura.

Slender Man é um filme feito principalmente para adolescentes. Primeiro, porque é sobre jovens que adoram passar seu tempo na internet, que ao que parece é a mais nova fonte de filmes de terror. Resumindo, veio da internet, é sobre a internet e é para a geração que não consegue largar seus celulares.

Como lido com adolescentes todos os dias, tenho certeza que se algum tivesse sentado a meu lado no cinema teria zombado, rido e passado o tempo todo mandando mensagens de Whatsapp pra toda a sua galera de amigos, comentando como o filme era “mó paia”. E ele está certo: é paia, mas é sobre garotas como quase todo adolescente se torna vítima da tecnologia.

Voltando ao filme paia, quatro jovens adolescentes vão a uma festa do pijama em sua cidadezinha em Massachusetts (duvido dizerem o nome desse estado três vezes seguidas). Elas bebem vodka, assistem filmes pornô e brincam sobre o que os garotos estão fazendo. Uma delas (Jaz Sinclair) diz que os garotos estão convocando o “Homem Esguio” da internet; essa é a tradução para Slender Man. Ele vem para roubar crianças se você assistir a um determinado vídeo, em um determinado site. Aqueles que o veem, mesmo que não desapareçam, enlouquecerão. Legal, e aí começam os clichês pois todas eles dizem: vamos convocá-lo! E lá se vão as abestadas assistir ao vídeo e convocar a coisa. Não têm um pingo de juízo! E uma semana depois, Katie (Annalize Basso), a mais infeliz das quatro, desaparece. Hallie (Julia Goldani Telles) e Weir (Joey King) tentam trazê-la Katie de volta. Só que não!

O diretor francês Sylvain White trabalha principalmente na televisão americana. Ele tenta usar efeitos visuais com moderação, reservando os vislumbres de Slender Man (interpretado por Javier Botet sem rosto), construindo tensão com montagens artísticas de nuvens, árvores, sons de árvores trepidantes e um mórbido sino que toca três vezes. Aliás, na minha opinião, o som era a coisa mais aterrorizante no filme. Mas tudo isso acabou por retardar a narrativa do filme, ao invés de torná-la assustadora. O diretor está tentando misturar antigas mitologias com novas tecnologias, só que numa abordagem ruim.

Há 20 anos, o terror japonês mostrou o caminho com espectros que saíram da televisão e do videocassete (é o novo!), então a ideia não é nova. O que é novo é a maneira como o telefone celular e a internet desempenham um papel tão importante na vida dessas meninas, com tão pouca noção do perigo - que, é claro, são super exagerados. É incrível como esse povo adentra florestas escuras como se tivessem indo no quintal. Eu nem ando no meu quintal no escuro!!! Tu é doido? Ah, no filme eles economizam bastante em energia elétrica, pois apesar do escuro ninguém acende a luz. É o terror da ENEL (antiga Coelce)!

Então, nesse sentido, é apenas mais um filme de pânico moral sobre a internet. O que é bizarro, dado que o personagem Slender Man surgiu há oito anos em uma competição online para criar imagens assustadoras do PhotoShop. O personagem decolou em sites de terror na Internet como Creepypasta, que é o nome dado para as histórias de terror ou lendas urbanas que são divulgadas na internet.Ele já foi culpado por uma tentativa de assassinato em Waukesha, Wisconsin, em maio de 2014, quando duas garotas de 12 anos esfaquearam seu amigo 19 vezes, porque achavam que o Slender Man era real e que ele exigiu um sacrifício. É mole?

Os cineastas devem ter sido compreensivelmente sensíveis sobre qualquer coisa que possa se assemelhar ao incidente real narrado no documentário da HBO, “Cuidado com o Slenderman”. Já assistiram? Mas em um filme tão tedioso, que em alguns momentos eu quase cochilei, e olha que nunca durmo em filmes. Slender Man (Homem Esguio) por si só é assustador mas o filme não consegue passar essa ideia. Talvez ele seja assustador porque muitas pessoas são tão fascinadas por ele. Mas o filme parece não estar interessado na criação de uma lenda urbana moderna ou mesmo em uma sequencia (Deus me livre!); ele só quer usar alguns posts da internet como um corte de canto, terceirizando os desenhos assustadores e manifestações súbitas de tantas assombrações de filmes. Ele acaba expondo a criatura a um exame mais minucioso do que ela pode suportar, pelo menos neste filme. À distância, sim, o Homem Esguio (se o nome do filme fosse esse, ninguém iria querer assistir) não deixa de ser uma imagem inquietante. De perto, ele é só um homem sem rosto.



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