ALÉM DA MORTE | Crítica 2

ALÉM DA MORTE | Crítica 2



No fundo dos porões da faculdade de medicina de uma universidade, um grupo de estudantes se mata intencionalmente por alguns minutos de cada vez que experimenta o que está além. Esta é uma ideia fabulosa para um filme, mas, infelizmente, "Além da Morte" representa a segunda tentativa fracassada de fazer justiça. Não é um filme terrível, e nem o original. Ambos são frustrantes, mas o primeiro foi bem melhor: o elenco atua fora de cada momento, lutando para encontrar a profundidade em situações que são concebidas da maneira mais superficial, muitas vezes até dando uma ideia que haveria um choques como nos filmes habituais de terror mas não passou de alarme falso. 

O original de 1990 de Joel Schumacher foi um sucesso surpresa, estrelado por um elenco de estrelas, incluindo Julia Roberts e Kiefer Sutherland, que tem um papel de apoio no novo filme; mas a ideia de que poderia abrir a porta para um trabalho visionário de terror se transformou em uma espécie de drama de auto-ajuda gótico, com os estudantes de medicina percebendo que as saídas aparentemente sobrenaturais desencadeadas por seus experimentos em " Além da Morte" foram na verdade manifestações de suas culpas. O remake do diretor Niels Arden Oplev, adaptado por Ben Ripley do roteiro original de Peter Filardi, se enquadra nesse modelo, mudando os detalhes-chave aqui e ali, enquanto abraça um estilo que agita cada clichê visual do filme de terror atual de forma irregular.

Ellen Page estrela como Dra. Courtney Holmes, cuja irmãzinha morreu em um acidente de carro anos atrás devido a sua negligência. Ela acaba envolvendo um grupo de companheiros de residência. Em um primeiro momento até pensamos que se trata mesmo de algo sobrenatural pois trata-se de uma experiência de quase morte, onde a protagonista que faz seu primeiro “vôo” se vê em ângulos no campus e na cidade que ela nunca experimentou pessoalmente. Isso é suficiente para convencer seus colegas - exceto pelo Ray cauteloso e ético, que fica de fora e não se submete ao mesmo tratamento. 

Mas então, coisas misteriosas começam a acontecer. Courtney é visitada por uma aparição que, obviamente, está conectada a seus sentimentos de culpa pela morte da irmã. Em breve, Jamie, Marlo e Sophia começam a experimentar eventos assustadores e visões perturbadoras. Quando o filme atinge seu ponto médio, não há dúvida de onde o filme tem que ir antes que os créditos rodam.

O elenco dá ao filme tudo o que eles têm. Luna e Page, em particular, fazem impressões muito mais fortes do que você poderia esperar, mas os visuais agitados, clichês e a abordagem superficial do roteiro para os predicamentos dos personagens (as pessoas estão constantemente declarando o óbvio para o outro e para o público), finalmente, desfazem toda a boa vontade que os atores podem gerar.

Esse tipo de filme pode ser mais frustrante do que um filme maliciosamente terrível ou incomum, porque em cada etapa você pode dizer que todos os envolvidos na produção acreditavam sinceramente no material, tanto como entretenimento estridente como um conto de crescimento moral. Enfim... Vale à pena? Definidamente, não.


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